sábado, 3 de janeiro de 2015

NÃO SOU LADRÃO, NÃO SENHOR!

Estamos de volta, meus amigos... ainda em ritmo de férias... mas, vamos ao que realmente interessa.

Imaginem, meus caros, que os principais jornais registram o seguinte fato, tão comum em nossa sociedade e tão comum em noticiários policiais.

Após ser preso em flagrante, por furto, o preso vem com aquele seu velho discurso ensaiado: "Não sou ladrão, não, senhor, nóis é trabalhador". "Só peguei essas coisas porque meu filho tava com fome". E por aí vai... frases e mais frases feitas que já viraram clichê. 

Agora, vamos falar do noticiário politico. 

Ao entregar seu cargo, o senhor Gilberto Carvalho veio com essa: "Não somos ladrões". É o que nos informa reportagem da Folha

Em um momento em que a sociedade está farta de tantos casos de corrupção, sobrepreço, cartel de empreiteiras, mensalão, mensalinho, escândalo dos aloprados, petrolão e tantos e tantos outros casos, vir um dos chefões do PT e candidamente afirmar que "Não somos ladrões" equivale, para muitos, na mesma situação descrita no inicio do texto, ou seja, pego em flagrante, nega veementemente ser aquilo que todos veem que é. 

Alguém pode afirmar que estou tirando o dito do seu devido contexto e o que Gilbertinho falou foi muito mais, digamos, sentimental. Tá... vejamos:

"A política é feita pra servir. Estou muito feliz porque a imensa maioria dos nossos companheiros, dos nossos ministros, dos nossos assessores, trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões"

O interessante é que em todo esse jogo de palavras do ex-ministro, não há nenhuma referência a servir ao Brasil e amor pelo Brasil. Não. Fica aí algo vago. Todo esse amor em servir pode ser entendido tanto a um individuo, como também a um partido. 

Exceto as consultorias de Palocci e Dirceu, Carvalho ainda desafia a acompanhar a evolução patrimonial dos ministros. 

Em verdade, um ministro sair do governo sem ter enriquecido por meio do cargo é um imperativo quando se trata de um servidor público, porém, isso não isenta sua pasta de mal uso do dinheiro público. Vou além, isso não isenta, tal ministro, de usar o cargo não para trabalhar pelo país, mas, para um partido. 

Não estou acusando o nobilíssimo Gilberto Carvalho de nada. Apenas estou lembrando que tirar a dignidade de uma nação, fazer escárnio da justiça, fazer do congresso um balcão de negócios e comprometer o futuro das gerações vindouras é sim, um roubo. Roubo de decência, roubo de ética, moral e honradez. 

Gilberto Carvalho se orgulhar de ter feito parte desse governo não é novidade. Ele é um dos seus entusiastas. O que me deixa incomodado, isso sim, é este senhor se dar o direito de atacar adversários e anunciar, pomposamente, que seu partido continuará a mudar o Brasil. 

Pelo histórico, desses doze anos, devemos temer. Ainda não se contentaram com a bagunça que fizeram.  




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